Volta Rápida: GM Trailblazer 2017 evolui para tentar virada na carreira
No primeiro tempo de jogo no campeonato dos SUVs grandes, o time do Chevrolet Trailblazer quase passou despercebido. Enquanto isso, o veterano Toyota SW4 bateu um bolão, mesmo já fora de ritmo e prestes a ser substituído – o que de fato aconteceu no começo deste ano. Pois agora a GM mexeu no time que (não) estava ganhando: a versão 2017 do utilitário chega com novidades visuais, aperfeiçoamentos mecânicos, novos equipamentos e, o principal, preço mais baixo. Ainda que a intenção não seja virar o jogo em cima da Toyota, a Chevrolet deseja ao menos marcar alguns tentos extras no mercado.
Conhecida como pólo do agronegócio e uma das cidades mais ricas do interior do país, Ribeirão Preto (SP) foi o local de lançamento da nova linha S10/Trailblazer 2017. Fizemos um longo test-drive com a picape (confira teste completo em breve!) e outro na própria região com o SUV para conhecer todas as melhorias anunciadas pela marca.
O que é?
Quando foi lançado, em 2012, o Trailblazer rompeu com a clássica Blazer, subindo de nível e se propondo a enfrentar modelos consagrados no segmento, como o Toyota SW4. Agora, o modelo passa pela primeira reestilização para a linha 2017, ganhando visual mais moderno e novidades em termos de conforto, dirigibilidade e equipamentos.
Ao vivo, o novo visual agradou. Mais evidente na dianteira, as principais alterações são os novos faróis (com LEDs diurnos) que se alinham à grade cromada divida em duas partes. O resultado final é algo mais moderno e equilibrado que no modelo anterior. Além disso, o capô e o para-choque são novos, enquanto a traseira segue sem alterações. Na lateral, há novas rodas de liga leve nas duas versões.
Por dentro a evolução também é visível, compensando uma falha do modelo anterior, que pecava por não ter um interior mais vistoso, considerando a faixa de preço em que atua. Destaque para o painel completamente redesenhado e o novo cluster que traz informações do computador de bordo, velocímetro digital e parâmetros de manutenção do veículo, além da nova função ECO e o monitor de pressão dos pneus (com alerta caso a pressão saia das especificações).
Além do sistema OnStar, que a Chevrolet está ampliando gradualmente para sua gama de veículos, o novo Trailblazer também possui a nova geração da central multimídia MyLink, com tela de 8″, Android Auto e Apple CarPlay.
Equipado sempre com sete airbags, o SUV ganhou ainda alertas de colisão, de saída de faixa e de ponto cego; câmera de ré com alerta de movimentação traseira e sistema de partida do motor por controle remoto.
Como anda?
Aceleramos a versão a diesel pelas principais avenidas e vias expressas de Ribeirão Preto, além de um trecho em rodovia. Bem disposto, o conhecido motor 2.8 de 200 cv aliado a caixa automática de seis velocidades continua esbanjando torque, garantindo saídas rápidas e agilidade nas retomadas.
Antes de sair às ruas, dirigimos a Trailblazer num circuito fechado onde estavam reservados alguns exercícios de frenagem e slalom para testar a comportamento dinâmico e conferir na prática as evoluções dinâmicas anunciadas. Nestas condições o SUV agradou, passando mais segurança ao volante em situações limite, na comparação com o modelo anterior. As mudanças na suspensão incluem novos amortecedores e coxins, o que deixou a carroceria mais firme e com menos inclinação. Além disso, o utilitário ganhou novos coxins de motor, que diminuíram as vibrações transmitidas para a cabine, e melhor isolamento de ruídos de vento.
São todas mudanças bem-vindas, mas a principal novidade é a direção elétrica, mais leve e precisa que a anterior (hidráulica). Melhorou bastante a condução do SUVzão, principalmente na cidade. Chamada pela GM de “direção elétrica inteligente” ela compensa a inclinação da via em longos percursos e reduz trepidações geradas pelo desbalanceamento das rodas. Em velocidades mais altas, todavia, poderia ter um pouco mais de peso.
Quanto custa?
Disponível apenas na versão LTZ, o Trailblazer com motor V6 a gasolina teve o preço reduzido de R$ 163 mil para R$ 159.990. Equipado com motor a diesel, jipão baixou para R$ 189.900. Apesar disso, a expectativa de vendas ainda é modesta: entre 250 e 300 unidades mensais, sendo 70% com motor a diesel. Vale lembrar que em 2015 o utilitário da Toyota emplacou 8.693 unidades, contra apenas 1.795 do Chevrolet.
Considerando o preço cobrado pelos principais rivais (SW4 e Discovery Sport), o acréscimo de novos itens e a melhor dirigibilidade, o utilitário da GM ganha argumentos de venda, principalmente perante o modelo da Toyota, menos potente e mais caro nas duas configurações: R$ 209,1 mil na versão a gasolina e R$ 224,4 mil a diesel.
Por Julio César, de Ribeirão Preto (SP)
Fotos: autor e divulgação
Ficha técnica – Chevrolet Trailblazer 2.8 Turbodiesel LTZ
Motor: dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 16 válvulas, turbo e intercooler, injeção direta eletrônica, diesel; Potência: 200 cv a 3.600 rpm; Torque: 51 kgfm a 2.000 rpm;Transmissão: câmbio automático de seis marchas, tração 4×2 4×4 e 4×4 reduzida;Direção: elétrica; Suspensão: independente com braços articulados e molas helicoidais na dianteira e eixo rígido com molas helicoidais e cinco articulações na traseira; Freios: disco nas quatro rodas, com ABS; Peso: 2.161 kg; Porta-malas: 205 a 1.830 litros; Dimensões:comprimento 4,887 mm, largura 1,902 mm, altura 1,841 mm, entreeixos 2,845 mm.
Nenhum comentário:
Postar um comentário