Faltando cerca de um mês para o lançamento no Brasil, o novo Cruze 2017 é o carro mais esperado do momento. Modelo de segunda geração oriundo do projeto Fênix, o sedã passa a ser fabricado na Argentina e substituirá o atual carro nacional em todas as suas versões. Entre os destaques do novo Cruze estão o uso de uma inédita plataforma e do motor Ecotec 1.4 16V com turbo e injeção direta, no lugar do antigo 1.8 16V aspirado. A transmissão segue com seis marchas, seja manual ou automática, e as versões de acabamento, ao menos no mercado argentino, são as seguintes: LT manual e automática, LTZ automática e LTZ Plus automática – o carro das fotos.
Todo novo Cruze vem equipado de série com bancos de couro e central multimídia MyLink II com câmera de ré e conexão Apple Car Play e Android Auto – o que muda é que a tela sensível ao toque tem 7″ na versão LT e 8″ na LTZ. Ademais, o sistema passou a contar com botões físicos, como no nosso Cobalt, o que facilita o manuseio das principais funções. Airbags frontais e laterais são itens de série, bem como a fixação Isofix para assentos infantis e os controles de tração e estabilidade. A versão LTZ soma os airbags de cortina e a LTZ Plus traz ainda alerta de ponto cego, alerta de possível colisão frontal e sistema de estacionamento automático. Também na topo de linha o banco do motorista possui ajustes elétricos. O serviço de concierge OnStar é de série em todas as versões.
Ainda é cedo para falar de preços, mas, segundo fontes ligadas à marca, a expectativa é que o novo Cruze não custe muito mais que o atual, pelo menos nas versões de base. Hipoteticamente, isso significaria partir de R$ 80 mil na versão LT, chegando a pouco mais de R$ 100 mil na LTZ Plus (que não existe no modelo atual). Para finalizar os estoques do carro brasileiro, a GM está vendendo o Cruze “antigo” com desconto de até R$ 9 mil. Vantagem sobre o futuro rival novo Honda Civic é que o Cruze terá motor turbo desde o modelo de base, sendo que no Civic apenas a versão mais cara Touring virá com o propulsor 1.5 turbo (estimada em R$ 120 mil).
Em avaliação pela imprensa argentina, o Cruze 2017 agradou. A revista
Auto Test, por exemplo, destacou o motor turbo de 150 cv no lugar do 1.8 de 141 cv. “Os 9 cv a mais não significam muita diferença, mas a vantagem está no torque, que passa de 18 kgfm a 3.800 rpm para 25 kgfm a 2.000 rpm. Ainda que a pista disponível para a avaliação fosse travada, pudemos perceber que se trata de um propulsor mais enérgico que antes e com boa reação”. Ainda assim, a publicação achou os 8,5 segundos de 0 a 100 km/h divulgados pela Chevrolet um tanto otimistas. “Apostamos que pode baixar dos 10 segundos”, concluíram.
Sobre a transmissão automática, a Auto Test apontou que “se mostrou ágil na hora de passar as marchas, com pouco patinamento do conversor de torque. Oferece um modo sequencial que permite levar o motor ao corte de giros (6.500 rpm), mas não retém a marcha escolhida, e poderia ter as borboletas no volante para transmitir sensações mais esportivas”. Por fim, a publicação apontou que o motor 1.4, apesar da baixa cilindrada, “não se sente exigido, em parte também pelo bom isolamento da cabine, onde não há vibrações ou ruído em excesso, salvo em acelerações muito intensas”.
Já para o site
Argentina Autoblog, o Cruze II surpreendeu pela suavidade da direção com assistência elétrica. “É muito leve, e isso se agradece em manobras parado ou de estacionamento. Mas se estranha um pouco quando se dirige em caminhos como serras, curvas de boa velocidade e desvios rápidos. Com a suspensão ocorre o mesmo: está mais orientada ao conforto do que à esportividade. O andar do Cruze se parece mais com o de um Citroën C4 Lounge (macio, com bastante rolagem de carroceria) do que com o do Ford Focus Fastback (mais firme, porém plantado e com maior agarre em curvas)”. Sobre o consumo, o site disse que aparenta ser bom: “Mesmo pisando fundo durante a avaliação, o computador de bordo nunca mostrou média inferior a 7,1 km/l. Em uso tranquilo, a GM diz que pode chegar a 15,9 km/l, ajudado pelo sistema start-stop de série” – números com a gasolina argentina, 100% pura.
Na parte interna, ambas as publicações elogiaram o maior espaço na parte traseira, graças ao entreeixos de 2,70 m, e a boa posição de dirigir, centrada e mais cômoda do que esportiva. Para o Autoblog, a qualidade do acabamento é boa, mas os materiais são apenas corretos. “Há plásticos injetados macios em poucos lugares, e os painéis internos de portas são algo ásperos”. Na traseira os passageiros passaram a contar com maior vão para as pernas, mas, devido ao desenho da carroceria, o teto ficou um pouco baixo. Da mesma forma, o porta-malas está um pouco mais acanhado: foi de 450 para 440 litros, o que parece pouco, mas contraria a tendência de crescimento dos rivais.
Resta agora aguardar o lançamento do novo Cruze no Brasil, cujo evento de imprensa deverá ocorrer em junho, para posicioná-lo no segmento. Mudança certa para o mercado nacional será a adoção da injeção flex no motor turbo, que pode render alguns cavalinhos extras, além do que pode haver rearranjo de versões e equipamentos. Estamos ansiosos!
Fotos: divulgação e reprodução Auto Test